terça-feira, 22 de maio de 2012

A Batalha das Árvores



Tive muitas formas
Fui uma fina lamina de espada
Creio que quando surgir
Fui uma lágrima no ar
Fui uma estrela brilhante
Fui a palavra de um livro
Fui o conto nas origens
Fui a luz das lanternas
um ano e meio
Fui uma ponte para cruzar
sessenta rios.
Viajei como uma águia
Fui um coracle sobre o mar
comandante em batalha
Fui uma gota de chuva
Fui uma espada na mão
Fui um escudo na batalha
Fui uma corda em uma harpa
Encantado por um ano
nas espumas das águas
Fui uma fagulha no fogo
uma árvore no descampado
Nada existe que já não tenha sido
desde que eu era uma criança pequena, travei a batalha
em Goddeu
diante do governante bretão,
dono de muitas frotas
Bardos indiferentes fingem,
Fingem ser uma fera monstruosa,
com uma centena de cabeças
e um serio combate
Na raiz de sua língua.
E outro luta ocorre
atrás do seu pescoço
Um sapo preto que tem nas coxas
uma centena garras,
Uma serpente com crista malhada,
Por punir na carne deles
uma centena de almas, por seus pecados
Eu estava em Caer Fefynedd
em busca de ervas e árvores para a batalha
os menestréis os perceberam,
os guerreiros ficaram surpresos
com a renovação das guerras
Tal como Gwydion fez.
Clamam os céus
E pedem a Cristo o inicio
até a hora da redenção
Senhor que tudo fez
O Senhor respondeu
através de encantos e habilidade mágica
conjurar as nobres árvores
juntos para a luta
resistir à multidão
inexperiente em batalhas.
Quando as árvores foram encantadas
Houve esperança em forma de árvores
Que iriam frustrar a intenção
dos fogos das redondezas (...)
melhor são três unidos
e divertindo-se em círculo,
um deles relatando
a história do dilúvio
e da cruz de Cristo
do julgamento final já próximo
Os amieiros na linha da frente
deram início
os salgueiros e árvores agitadas
Foram tarde para se juntar ao exército
A amexeira é uma árvore
pouco amada pelos homens
a nespereira de natureza semelhante
combate severamente.
O faveiro acoberta em sua sombra
um exército de fantasmas,
a franboesa não fornece
o melhor alimento.
No abrigo vivem
o alfeneiro e a madressilva
e a hera, cada qual em sua estação.
Grandioso é o tojo na batalha.
a cerejeira foi repreendida.
O vidoeiro, embora tão magnânimo,
chegou tarde em seu lugar;
não é um covarde,
mas pelo seu grande tamanho
A aparência do (...)
é aquela de um estrangeiro selvagem.
O pinheiro da corte,
forte na batalha,
foi por mim grandemente exaltado.
Na presença de reis,
os olmeiros são seus súditos.
Mas não se desvia de seu curso,
e golpeia diretamente o centro
no extremo mais afastado.
a aveleira é o juiz,
suas bagas são seu dote.
O alfeneiro é abençoado.
Fortes chefes de guerra
São o (...) e a amoreira.
Próspera é a faia.
O azevinho verde-escuro,
era muito corajoso:
defendia-se com espinhos de cada lado,
ferindo as mãos.
Os resistentes álamos
muito se partiram na luta.
A samambaia pilhada.
As giestas com suas crias:
O tojo não se comportou bem
até que foi subjugado.
A charneca estava consolando,
confortando as pessoas.
A cerejeira negra estava perseguindo.
O carvalho se movia agilmente,
tremendo diante dele os céus e a terra,
sólido guardião contra inimigos
cujo nome está por todas as terras.
Os feixes de trigo
foram postos a queimar.
Outros foram rejeitados
por causa dos buracos feitos
com grande violência
no campo de batalha.
Muito irado o (...)
Cruel e sombrio freixo.
Tímido o castanheiro,
afastando-se da felicidade.
Haverá um tétrica escuridão,
um tremor da montanha,
Haverá um formo purificador,
e primeiro, uma enorme onda,
e quando o grito se ouvir,
brotarão folhas novas nas copas das faias,
Transformando-se e renovando-se de um estado ressequido;
Cerram-se e entrecruzam-se as copas dos carvalhos.
Desde de Gorchan de Maelderw.
Sorrindo ao lado da rocha,
estava a pereira, que não tinha natureza ardente.
nem de mãe, nem de pai,
quando fui feito,
era meu sangue ou meu corpo;
De nove tipos de faculdades,
do fruto dos frutos,
do fruto, Deus me criou,
da flor da prímula montanhesa,
dos rebentos das árvores e arbustos
da terra de tipo terrenal.
Quando fui feito
das flores da urtinga,
da água da nona onde,
fui enfeitiçado por Math (...).
Antes que me tornasse imortal.
Fui enfeitiçado por Gwyndion,
grande feiticeiro dos bretões,
De Eurys, de Eurwn,
De Euron, de Medron,
em miríades de segredos,
sou tão erudito quando Math (...).
Sei a respeito do imperador
quando estava semiqueimado.
Tenho o conhecimento das estrelas
anteriores à terra (ser feita),
delas é que nasci,
quantos mundos existem.
É costume de bardos perfeitos
recitarem louvores a seu país.
Brinquei em Lloughor,
dormi em púrpura.
Não estive eu enclausurado
com Dylan Ail Mor,
num leito ao centro,
entre os joelhos do príncipe
apoiado sobre duas lanças toscas?
Quando do céus vieram
as corredeiras para dentro das profundezas,
turbilhoando de mondo violento.
Conheço oitenta canções
para satisfazer a vontade deles.
Não há velho nem jovem,
exceto eu quanto a seus poemas,
que saiba a totalidade dos novecentos
que são de meu conhecimento,
relativos à espada manchada de sangue.
A honra é meu guia.
Rico é o ensinamento que transmite o Senhor.
Sei como sangrar o javali,
como ele aparece e como desaparece
E como conhece os idiomas.
Conheço a luz cujo nome é Esplendor,
e iluminárias que servem de guia
e desfecham raios de fogo
lá de cima, por sobre as profundezas.
Serpente marcada sobre a colina
e uma víbora num lago fui;
Outrora, má estrela fui
e mó de moinho também.
Minha batina é toda vermelha.
Não profetizo nenhum mal.
Oitenta baforadas de fumaça
a todos que os levarem embora:
e um milhão de anjos,
na ponta de minha faca.
Lindo é o cavalo baio.
Mas cem vezes melhor
é o meu de cor creme,
rápido como a gaivota
que não me consegue ultrapassar
entre o mar e o litoral.
Não sou proeminente no campo de sangue?
Tenho cem partes dos despojos.
Minha coroa é de gemas vermelhas,
de ouro é a borda de meu escudo.
Nunca nasceu alguém tão bom quanto eu,
ou por alguém fora conhecido,
exceto Goronwy,
dos vales de Edrywy.
Longos e brancos são meus dedos,
faz muito tempo de quando fui pastor.
Viajei pela terra
antes de me tornasse erudito.
Viajei e completei um circuito,
Dormi numa centenas de ilhas;
Residi numa centenas de cidades.
Ó druidas eruditos,
profetizais sobre Arthur?
Ou será a mim que celebram
e à crucificação de Cristo,
o já vindouro Juízo Final
e alguém que narra
a história do dilúvio?
Com uma jóia de ouro
estou adornado
e me entrego ao prazer
após fura faina de ouvires.

Taliesin