segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Alban Eilir


Entremundos comemoramos, guerreiros multi-tribais!
Abençoada ritualística que permitiu aos seres visíveis e não visíveis celebrar a vida que retorna do solo.
As árvores dessa clareira, tendo suas raízes e galhos entrelaçados, ressoaram Awen nos 3 mundos e nas 4 direções, iluminados pelos 9 deuses e purificados pelo Benjoim.

Cailleach, a rainha da tempestade que com seu cajado traz e controla a neve e os furacões, guardiã do portal que leva o inverno, mãe dos ritos de morte e transformação, ao devolver o bastão à Brighit torna-se pedra para acordar somente em Samhain.

E em busca de uma mensagem da clareira sagrada, o Ogham revela-nos a Sorveira, o Amieiro e a Aveleira trazendo bons augúrios para o nosso próximo ciclo.
Agradeço aos Deuses por me permitirem participar dessa celebração com a minha família espiritual.
E que no seu auge a Primavera nos proporcione um período de realizações com sua música, suas flores e suas cores.

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Terapia


Quando eu era pequena, meu pai me mandava sair na rua com um balde e pegar terra para ele colocar nas plantas.
Havia algumas construções perto de casa e sempre tivemos muitas plantas, ele sempre mandava eu e minha irmã pegar terra.
Nós odiávamos isso. Íamos reclamando o caminho inteiro.
E quando voltávamos ele nos ensinava a plantar e distribuía a terra nova nos vasos... 

Eu não gostava de ir buscar a terra, eu era muito tímida e morria de vergonha. Mas adorava ter que plantar e distribuí-la, rever as sementes, transferir as maiores de vaso...
A mãe de meu pai, minha Avózinha querida também tinha uma forte ligação com a Terra.
Ela tinha um terreno do tamanho de um quarteirão onde eram só plantações e árvores, carinhosamente chamado por nós de "Matão".
No "Matão" eu e minha irmã brincávamos de floresta, subíamos em árvores, corríamos atrás dos patos e galinhas e nos divertíamos colhendo frutas onde minha avó mais tarde faria doces deliciosos e sobremesas geladas!
Minha avó veio a falecer, meu avô também e depois de meu Pai ter partido venderam nosso terreno!
Quando estava morando sozinha, eu morei em um apartamento com uma varandinha incrível!
Era pequeno e todo quebrado, mas a varanda era ótima e eu tinha muitas plantas e pelo menos umas seis samambaias.
Uma vez eu estava passando em frente uma construção e vi aqueles montes de terra. Pensei comigo, é agora, estou precisando mesmo! Fui para casa, peguei dois baldes e mandei ver.
Instintivamente, aproveitei o momento, a terra é cara e não dava para desperdiçar essa oportunidade.
Quando eu cheguei em casa para começar as mudanças de vaso, me veio a lembrança do meu pai me falando para pegar a terra.
Eu odiava! Mas fiz exatamente como ele fazia!
E hoje eu tenho a mesma mão boa para plantar como a dele.
E falo com as plantas assim como eles, aliás, minha terapia predileta. 
Creio que a nosso Amor com a Terra veio de outras vidas e está além de genética, tradição ou uma mania que herdei.
Conhecer a si mesmo, conhecer a sua história e conhecer a sua terra.
Ancestralidade perfeita!